As gerações e o marketing. Com quem você está falando?

Não há dúvidas que uma das tarefas cruciais do marketing é entender o público a que suas ações são destinadas, ainda mais quando se trata de uma marca com influência sobre mais de uma geração de consumidores. Esse post traz as características das diversas gerações do século XX e XXI.

O tempo não pára e as ideias também não

Se você é um jovem adulto provavelmente já percebeu a gradativa mudança do modo de pensar entre você, seus pais, seus avós e seus filhos (ou qualquer outra pessoa das respectivas gerações). Isso é completamente natural e essas mudanças são especialmente guiadas pelo legado e comportamento da geração anterior. Mais do que apenas isso, é interessante saber, especialmente para os profissionais que lidam com grupos de pessoas, como cada um desses grupos lida com os avanços tecnológicos e a que tipo de abordagem reagem melhor, tanto no âmbito da convivência social quanto do marketing.

Geração silenciosa (1925 – 1945)

Essa geração conviveu com períodos de grande repressão e tensão como ditaduras e a segunda guerra mundial. Com forte ligação ao tradicionalismo familiar, esses indivíduos tinham figuras bem demarcadas do homem “pai de família, provedor e líder”, da mulher “dona de casa” e famílias com numerosos filhos que seguiam os pontos de vista do pai. É uma geração onde os referenciais de pátria e conquistas do próprio povo erem enaltecidos e as pessoas dessa época (hoje com mais de 70 anos) tendem a demonstrar essa característica em frequentes comparações entre o passado e os dias atuais, onde mostram clara preferência pelos tempos anteriores.

Esse foi um tempo onde não havia grande consumismo, especialmente de produtos supérfluos e grande parte dessas pessoas mantiveram esses hábitos, além de não acompanharem tão bem os grandes avanços tecnológicos que se seguiram, portanto alguns dos principais veículos de comunicação com esses indivíduos ainda são o rádio, a televisão e a mídia impressa.

Baby boomers (1946 – 1964)

Descendentes dos participantes da segunda guerra mundial, os baby boomers são bastante conhecidos como uma geração viciada no trabalho (workaholic). Herdaram muitos dos valores da geração anterior, especialmente a vontade de lutar por causas que julguem importantes e foram conhecidos por “mudarem o mundo”. Ambiciosos e independentes, essa é uma geração de bons trabalhadores e bons consumidores.

Apesar de terem vivido o avanço tecnológico, os baby boomers não se integraram completamente ao modo de vida acelerado e sempre conectado que se desenvolveu ao longo das décadas. Estão presentes na internet e em redes sociais, mas não de maneira tão imersiva como as gerações posteriores.

Geração X (1965 – 1977)

Essa geração pode ser considerada a geração de transição entre as mais tradicionais e as duas mais liberais. Ela também começa a mudança de pensamento de “viver para trabalhar” para “trabalhar para viver”, tirando o ambiente de trabalho do centro de suas vidas e começando a aproveitar mais de seus hobbies e da alta tecnologia.

Experientes, cheios de autoconfiança e integrados com as novas tecnologias, a geração X está presente em todos os meios de comunicação e sabe muito bem o que quer e como aproveitar do mercado.

Geração Y (1978 – 2000)

Os jovens adultos de hoje em dia já amadureceram em meio ao avanço tecnológico e a globalização. Os indivíduos dessa geração cresceram ouvindo dos pais (geração X) o quanto trabalharam duro para que eles (geração Y) pudessem ter estudos e uma vida confortável e ouviam de seus avós (baby boomers/ silenciosa) como a pessoa vivia para o trabalho. Diferente dos seus antepassados, esses indivíduos enxergam no trabalho uma fonte de renda para o seus hobbies e alimentar seu consumismo exacerbado.

Altamente conectados e adaptados à velocidade da comunicação atual, as pessoas da geração Y tendem a ser imediatistas, multitarefas e consumistas. Grandes usuárias de redes sociais e da internet de modo geral, reagem melhor ao marketing imagético e descontraído em redes sociais, mas é importante notar que foram marcados pelas grandes mudanças da forma de se fazer marketing das décadas de 80 e 90.

Millenials (2001 – dias atuais)

A mais nova das gerações é também uma das mais afetadas pelas mudanças trazidas com a imersão digital. Possuem uma relação de amizade com os pais, fato que começa a derrubar as barreiras autoritárias de respeito ao mais velho e cria jovens com a “certeza de saberem de tudo”. Egocêntricos, materialistas e imediatistas, essa geração não tem a preocupação em seguir carreiras e estudos formais, assim existem previsões de muitas áreas de trabalho deixando de existir e muitas outras surgindo em acompanhamento à essa geração. São adeptas da virtualidade (conversas virtuais, relacionamentos virtuais), que somada ao egocentrismo e ao fato de sempre acostumados à terem de tudo, podem surgir problemas ao se adaptar esses indivíduos ao trabalho em equipe do mercado de trabalho.

Extremamente conectados, essa geração é altamente responsiva ao mundo digital e à integração multiplataforma, porém a preferência por conteúdos digitais ao invés de impresso (que teve início na geração Y) é ainda mais acentuada nesses indivíduos. Imediatistas e bombardeados por informações durante todo o tempo, o marketing para esses jovens deve ser altamente atraente e deve combater as rápidas mudanças de foco dessa geração, grandes textos ou que não causem conexão imediata com o conteúdo tendem a ser ignorados.

Crescendo com as gerações

Assim como as pessoas, as marcas devem crescer e se adaptar à linguagem das gerações. Temos diversos exemplos de marcas que foram bem-sucedidas em conversar e cativar várias gerações ao longo dos anos, mudando sua forma de se comunicar com os avós, pais, filhos e netos. Todo esse sucesso veio da correta análise e adaptação por parte dessas empresas aos novos meios de comunicação, as novas linguagens utilizadas e as mudanças de valores que eram demonstradas à cada geração que aparecia. Você consegue se lembrar de alguma dessas marcas?

É normal ser diferente

É importante frisar que os conceitos que envolvem essas gerações podem não se enquadrar a todos os indivíduos, mas à sociedade em geral. Não é impossível se deparar com alguém da geração Y que seja “desconectado do mundo digital” e workaholic, por exemplo. É preciso saber onde encontrar e como abordar o seu público-alvo e ter a consciência de que, ainda que as gerações tenham uma tendência a ter um comportamento semelhante de um modo geral, essas reações podem variar entre os indivíduos, grupos e regiões.

Agora que já sabemos um pouco mais sobre as principais gerações de consumidores que podemos encontrar e suas características, quais planos de marketing você já adotou ou pretende adotar para o seu público-alvo?